Um dos principais problemas viários do Porto de Santos será minimizado em menos de um ano, com a reforma da Avenida Augusto Barata, o Retão da Alemoa, trecho de acesso aos terminais da Margem Direita do complexo santista. Troca de pavimento e ordenamento do tráfego estão entre os serviços a serem executados. As obras serão realizadas pela Brasil Terminal Portuário (BTP), em parceria com a Codesp.

A previsão é que os trabalhos sejam concluídos no início do próximo ano, quando entrará em operação o terminal de contêineres e líquidos da BTP.

Os planos para o sistema viário da Alemoa foram revelados pelo diretor-presidente da empresa, Henry James Robinson, durante visita de diretores do Sistema A Tribuna de Comunicação às obras do empreendimento ontem. Estiveram no local o diretor-presidente de A Tribuna, Marcos Clemente Santini, o diretor-presidente da TV Tribuna, Roberto Clemente Santini, o editor-chefe de A Tribuna, Carlos Conde, e, também da TV Tribuna, o editor regional, Eduardo Silva, e o diretor comercial, Fernando Salgado. O grupo pode acompanhar de perto a execução da obra e obter detalhes sobre seu andamento.

De acordo com Henry Robinson, os investimentos no trecho da Alemoa buscam minimizar os impactos da instalação da empresa, que vai aumentar em 30% a capacidade de movimentação de contêineres do Porto. A ideia é adequar o local, enquanto não são executadas as obras do Trecho 1 da Avenida Perimetral da Margem Direita, entre o Saboó e a Alemoa. A previsão é de que o edital para a licitação do projeto executivo da nova via seja publicada neste mês.

O Trecho 1 da Perimetral engloba, entre outras intervenções, a construção de dois viadutos sobre a linha férrea que atravessa a Avenida Augusto Barata.

“Esse trecho é crítico porque todo o volume do Porto passa por ele. Enquanto esse projeto (da Perimetral) não é implantado, estamos cooperando com a Codesp, investindo no trecho para que o escoamento aconteça melhor do que é hoje”, disse Robinson, destacando que a implantação da Perimetral deveria ter começado pela entrada do Porto, para aliviar o tráfego.

Como isso não ocorreu, o diretor-presidente da BTP acredita que será necessário adotar medidas emergenciais para preparar o trecho para a nova demanda do complexo. “Estamos na fase de desenho do projeto. Vamos trocar o pavimento, que passará de paralelepípedo para asfalto, fazer toda a sinalização horizontal e vertical, sempre com a coordenação da Codesp. Tudo isso para que a estrutura viária seja capaz de receber o aumento de fluxo que o Porto prevê, inclusive, com o nosso projeto”.

A estimativa é de que o serviço no Retão da Alemoa seja concluído no começo do próximo ano, quando terá início a primeira fase de operações do terminal da BTP. No primeiro trimestre de 2012, vão ser entregues 800 dos 1.108 metros de cais previstos para a instalação e 60% da retroárea. Ao todo, o novo terminal vai ter 490 mil metros quadrados, sendo 430 mil metros quadrados destinados a contêineres e o restante, à movimentação de granéis líquidos.

A obra já está 52% concluída. A principal etapa superada pela empresa foi a remediação ambiental do terreno, onde durante décadas funcionou o antigo lixão portuário da Alemoa. O trabalho de recuperação permitiu a retirada de 711 mil metros cúbicos de resíduos contaminados.

O método escolhido foi a escavação do solo, para que os sedimentos fossem tratados ou levados para um aterro. A profundidade atingida chegou a 16 metros. O serviço foi acompanhado pelo Ibama e pela Cetesb.

 EQUIPAMENTOS 

Com o final da remediação, a BTP executa, agora, somente a obra civil. Além disso,aguarda a chegada dos equipamentos para movimentação de contêineres. A expectativa da empresa é que o primeiro lote com quatro portêineres (aparelho que transporta a carga entre o cais e o navio) e seis gruas sobre pneus (RTG, sigla em inglês) desembarque no terminal em agosto.

Ao todo, a empresa receberá oito portêineres e 26 RTGs. “Serão dois lotes com quatro portêineres, que virão cada um com seis RTGs. O primeiro vai embarcar em 6 de junho. E haverá uma última remessa com 14 RTGs”, destacou Robinson. Os portêineres têm capacidade de movimentar simultaneamente até dois contêineres de 20 pés.

“O projeto final estima um total de 50 RTGs operando”, destacou Henry Robinson, que também pretende iniciar o contato com armadores também no segundo semestre.

Fonte: Jornal A Tribuna, 24 de maio de 2012